cinema Goodnight Mommy

Super gêmeos: ativar

22:20Guilherme Correa

É incontável o número de filmes de terror com crianças. A figura angelical surge no gênero como ser ameaçador. Se vier em dose dupla, em forma de gêmeos, o impacto é ainda maior. E são dois garotinhos que provocam e instigam o espectador durante as mais de uma hora e meia de “Goodnight Mommy”, filme austríaco que vem ganhando elogios em festivais ao redor do mundo. 


Os irmãos (Lukas e Elias Schwars) vivem no interior. A casa é moderna, cheia de vidros, num contraponto ao lugar rústico e isolado. No começo do filme, percebemos que as crianças brincam e rodam pelo local sem nenhuma presença adulta. Até que a mãe deles chega. 


Toda enfaixada, o enredo deixa no ar que a mãe (Susanne Wuest) realizou uma série de cirurgias plásticas. As ataduras dão um toque de mistério e bizarrice. Além disso, as atitudes dela fazem com que os próprios filhos duvidem se aquela é mesmo a matriarca. O que segue é uma sucessão de cenas esquisitas e angustiantes. E o filme que é vendido como terror de ‘pular da cadeira’ se torna um suspense com cores de drama. 

“Goodnight Mommy” não decepciona. Algumas cenas até podem ser arrastadas, mas de modo geral a produção tem um ar bastante sombrio e, de certa forma, triste. As situações criadas pelo enredo tornam as crianças assustadoras e nem é preciso chegar até o fim do longa pra saber o motivo. Não existem segredos. Os mais atentos logo entenderão o que acontece numa sugestão nem tão sutil oferecida pela direção de Severin Fiala e Veronika Franz. Mesmo assim, são muitas as teorias que podem ser criadas ao longo da história. A violência entre mãe e filhos é real? Ela teria feito alguma plástica ou isso é simbolismo das marcas deixadas por alguma tragédia? 

Hipóteses não faltam e essas indagações tornam “Goodnight Mommy” muito mais interessante, ao contrário de muitos “jump scare”. Porque nem todo suspense é feito só de trilhas altas, sangue e espaços escuros.


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