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Veep

11:54Guilherme Correa

Séries que se apoiam somente em seus protagonistas quase nunca sobrevivem ao cansaço. A rotatividade de programas na televisão é grande e qualquer erro, resultando em baixa audiência, é o sinal verde pra que outra atração surja. Muitas outras séries conseguiram, com bons resultados, mostrar o universo e os bastidores da Casa Branca. Só que a maioria desses programas aposta no drama pra contar o que os nomes mais importantes da política mundial enfrentam. Na contramão, desde 2012, a HBO leva ao ar “Veep”, e um dos diferenciais está no gênero explorado: a comédia.


“Veep” mostra a vice-presidente dos Estados Unidos, Selina Meyer (Julia Louis-Dreyfus), tentando alcançar mais destaque dentro da política. O problema é que Selina pouco entende a engrenagem que faz Washington funcionar. Errar nome de pessoas influentes, não distinguir países, fazer pouco caso das leis e alianças até poderiam render uma protagonista engraçadinha. Mas o que torna a série tão especial é a união entre as trapalhadas de Selina e a desordem provocada pela equipe que trabalha com ela.

Sue (Sufe Bradshaw) é a secretária eficiente e bastante cínica. Amy (Anna Chlumsky), chefe de gabinete, é bonita, esperta, vive agarrada ao celular e faz de tudo pra agradar a vice. Mike (Matt Walsh) e Dan (Reid Scott) integram a assessoria de imprensa de Selina. Por muitas vezes, são as informações desencontradas deles que colocam a vice em maus lençóis. Jonah (Timonty Simons), também assessor, é mais uma marionete na mão de quem tem poder. No papel de secretário pessoal da vice e bajulador oficial temos Gary (Tony Hale), responsável pelas roupas, cor do batom, penteado, o que ela come, ou seja, por quase tudo o que Selina poderia fazer sozinha, mas não faz por estar ocupada demais tentando ser a vice dos Estados Unidos.

Cada um desses personagens, adicionado ao roteiro inteligente e sagaz, faz com que a quantidade de piadas seja constante, resultando no bom ritmo dos episódios. É como se a risada durasse, sem mentira, 20 e poucos minutos, do começo ao fim do programa. Mas sabemos que quantidade não é tudo. Os trunfos são a qualidade, a agilidade e a esperteza que a série conserva há quatro temporadas, uma melhor que a outra. O sucesso de crítica e de público (mesmo que reduzido, pois é uma produção HBO) garantiu mais uma temporada, a quinta, pra 2016. As temporadas curtas, entre oito e dez episódios, facilitam quem acompanha ou quem ainda não conhece “Veep”, e não abre margem para os famosos episódios “enche linguiça” das séries com quase 30 capítulos. 


Impossível não citar como é bom ver Julia Louis-Dreyfus na tela. Com passagens importantes na TV em “Seinfeld” e “As Novas Aventuras de Christine”, e pelo belo filme “À Procura do Amor”, Julia é versátil, consegue preencher bem o papel de protagonista e joga junto com os outros atores, sem que apenas ela tenha destaque. É a atriz que reconhece seu papel na produção e se torna indispensável, assim como todo o elenco. A única ressalva é que “Veep” pode não agradar a quem espera mais do mesmo das comédias. E aí, convenhamos, a culpa não é da série.

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2 comentários

  1. Depois de Seinfeld, VEEP é a melhor série de comédia de todos os tempos. Absolutamente GENIAL. Quem vê sabe ;)

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    1. Genial define sim a série, Aline! Selina e sua equipe são demais. :)

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