Não vivemos sem internet. É praticamente impossível estar alheio ao mundo digital. É o lugar em que dividimos tudo, exploramos o mundo, somos espectadores e também vigiados. “Invasores - Nenhum sistema está salvo” fala sobre o tema e surpreende como produto final. 

O filme alemão mostra a história de Benjamin (Tom Schilling), nerd que vive invisível, sem ser notado. Numa tentativa de se encaixar na sociedade, ele explora o mundo online e se junta a um grupo de hackers. O objetivo da turma é fazer justiça através de falcatruas virtuais, expondo pessoas e empresas que atuam de forma ilegal ou vista por eles como injusta. Mas a vida no computador acaba gerando transtornos na vida real e qualquer informação a mais pode ser um spoiler. 

O que posso garantir é que “Invasores - Nenhum sistema está salvo” foi uma grande e ótima surpresa. A qualidade do filme é vista no roteiro, nas atuações, na direção de Baran bo Odar (“The Silence”), em todo o produto. A história consegue prender o espectador e utiliza artifícios certeiros pra isso. A narração de algumas cenas é pontual e nos coloca a par do que está acontecendo, sem ser deslocada ou chata. Os flashbacks completam as peças do grande quebra-cabeça e as reviravoltas, tão comuns nos thrillers, fazem o trabalho de encaixar todas elas. 

À base de ritalina, o protagonista se torna um herói às avessas. As cenas da realidade virtual, com pessoas mascaradas dentro de um trem, é outro grande trunfo do longa, que se mostra um amontoado de ideais muito bem realizadas. O final mirabolante, com todas as surpresas inimagináveis, é apenas a cereja do bolo. O sucesso na Alemanha vai render o lançamento de uma versão hollywoodiana do filme. Então vale buscar o original e embarcar na história. Não é exagero! “Invasores - Nenhum sistema está salvo” é imperdível.