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Morno

14:27Guilherme Correa

A qualidade do cinema argentino, que tantas vezes surpreende, é inegável. Mas nossos vizinhos não estão imunes e “Morte em Buenos Aires”, da estreante Natalia Meta, é um filme mediano. Mesmo que o chamariz da produção seja a presença de Chino Darín, filho do onipresente e ótimo ator Ricardo Darín, o enredo fraco torna a experiência totalmente enfadonha. 


“Morte em Buenos Aires” acompanha o trabalho do detetive Chávez (Demian Bichir, de “Che” e “Weeds”) na tentativa de solucionar um homicídio. Ele conta com uma grande equipe e também com a ajuda do agente Gomez (estreia de Chino Darín no cinema). A premissa é simples e o enredo não se preocupa em se aprofundar muito. O espectador mais atento logo descobrirá quem é o assassino e, a partir dali, o filme parece nem se importar em manter a atenção de quem assiste. 


As atuações são boas e os protagonistas Demian e Chino se sobressaem ao produto final. O mesmo pode-se dizer da trilha e da fotografia, uma verdadeira viagem aos anos 80, um tratamento feito com cuidado e requinte. Só que não é o bastante. São poucos os momentos que surpreendem. Talvez a tensão criada entre os protagonistas seja um deles, mas até isso é explorado de modo superficial e com uma dose cômica que pouco acrescenta. 

Se já sabemos qual a solução do mistério, o morno longa deveria se dedicar mais num enredo que trouxesse nuances, que se aprofundasse nos personagens, que explorasse o clima de suspense. No fim, “Morte em Buenos Aires” é raso, uma proposta ilesa e sem riscos.  Sem provocações, sem qualquer energia.


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