A Mansão Hollow Agatha Christie

O rebu

16:38Guilherme Correa

Continuando as críticas sobre livros da Agatha Christie, hoje falo sobre “A Mansão Hollow”. Nada melhor que um bom mistério envolvendo apenas um cenário: o casarão da família de Lady Angkatell. A senhora Angkatell programou um fim de semana inteiro de atividades para amigos e parentes. Tudo estava ajeitado e ela sabia que as figuras convidadas tinham personalidades diferentes. Por isso já esperava alguns percalços, como alguém que fala demais ou outro que bebe além da conta. O que a anfitriã definitivamente não esperava era o aparecimento do corpo sem vida de um dos convidados, bem ao lado da piscina. Foi assim que um fim de semana que pretendia ser de diversão teve fim.


Quando todos se deparam com o morto, o choque é inevitável. Ainda mais porque a esposa dele, com uma arma na mão, é quem está ao lado do corpo, atraindo a ela todas as suspeitas. A cena, pitoresca e quase surreal, é uma das primeiras que o detetive Hercule Poirot encontra. Sim, o policial também era um dos convidados para o fim de semana na mansão Hollow.

Diferente dos outros livros que li da Agatha, este prefere se aprofundar na visão de cada personagem sobre os fatos que acontecem antes, durante e após o homicídio – e não somente no mistério. Talvez por isso ele seja considerado mais romance que suspense pela maioria dos leitores. As primeiras páginas podem parecer enfadonhas, mas são importantes para que possamos conhecer a personalidade de cada um dos visitantes da mansão.

Como já é característica de Agatha, a construção dos personagens beira ao excelente e a história segue de forma sempre aprimorada e cativante. O livro é mais um caso de Hercule Poirot, que no fim se mostra um bom detetive e também psicólogo. O baixinho gordinho e bigodudo até se atrapalha na investigação, com tantos caminhos que o crime criou, mas no fim descobre quem foi o assassino e ainda impede que outras mortes aconteçam. Já adianto que prefiro as histórias que envolvem Miss Marple, outra personagem de Agatha e que considero Marple mais carismática que Poirot. Mesmo assim, o livro consegue prender o leitor, uma boa narrativa que explora todos os envolvidos. Além de, claro, ter uma resolução bem esperta, mesmo que todos já desconfiem de quem tenha planejado o fim repentino das festanças de Lady Angkatell.

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