música. Sara Bareilles

Cadê a Sara?

10:12Guilherme Correa

Aos 33 anos, quatro CDs (três lançados por uma grande gravadora) e um EP, Sara Bareilles já é conhecida por alguns, mas não por todos. Alguns fãs curtem justamente esse lado nem tão mainstream da cantora, que só teve um grande sucesso nas rádios, “Love Song”. Em todos os álbuns, Sara faz questão de deixar sua marca: músicas com letras que falam de amor, uma pitada pop e a companhia inseparável do piano.


Se em “Kaleidoscope Heart” (2010) ficava claro a tentativa de tornar seu som mais radiofônico, no novo “The Blessed Unrest” (2013) essa vontade é afastada quase que completamente. O problema do álbum já aparece logo no primeiro single, música que também abre o álbum, “Brave”. A faixa é alegre, mas tem uma letra tão piegas e boba, de autoajuda, que nem parece ter sido escrita pela mesma Sara dos álbuns anteriores. Pra piorar ainda mais a situação do álbum, a música não tem conexão nenhuma com as outras que seguem, destoando totalmente do conteúdo total do álbum.

Oi, Sou a Sara, já fiz letras ótimas, mas também tenho uma música brega sobre autoajuda. E sim, este meu clipe é quase uma cópia do meu outro clipe "Not Gonna Get Over You", que aliás, é bem melhor!

Aliás, álbum tão sem graça e sem inspiração que não sei mesmo o que houve com Sara. Ao ouvir o CD, fica nítido que cada canção parece cópia de outras mais introspectivas já apresentadas pela própria cantora. Xerox chato, sem qualquer pingo de criatividade e que muitas vezes parece plagiar, de forma muito mal feita, Fiona Apple.

Ouvir “The Blessed Unrest” é quase como um soco no peito. E não pelo fato de faltar um hit em potencial, mas simplesmente por tentar forçar uma imagem mais cult de alguém que até agora tentava tornar o som em algo mais popular e bem visto pelo grande público. Não sei se a culpa seria do produtor John O'Mahony, que também trabalhou com Coldplay no fraco Viva la Vida or Death and All His Friends.


Pra piorar ainda mais a situação, a última música do álbum traz a Sara dos outros álbuns, numa das únicas músicas que se destacam positivamente no CD. E o nome da faixa parece ser um grito desesperado pra que a cantora volte a ser ela mesma: “I Wanna Be Like Me”. Por favor, Sara, volte logo! 

Curti: “I Wanna Be Like Me”, “Little Black Dress” e a única digna de nota 100 no álbum, “Eden”, com sua pegada oitentista. “Eden” é perfeita e merece ser ouvida. 

Não curti: Num todo, “The Blessed Unrest” é o álbum mais fraco e menos inspirado de Sara, tanto nas letras, quanto na produção. Uma pena. Se puder, ouça os álbuns antigos da cantora. Esses sim, valem o esforço.

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